segunda-feira, 16 de maio de 2011

SEVERINA E OUTRAS COISITAS MAIS...

Morte e Vida Severina aborda o tema espinhoso da seca nordestina, dando voz aos retirantes que fazem o duro percurso entre o rio Capibaribe e Recife. Esta obra é a mais popular de João Cabral de Melo Neto. Morte e Vida Severina apresenta a viagem de um sertanejo que procura melhores condições de sobrevivência em outras paragens. Ao longo de sua trajetória, ele assiste a enterros e cortejos fúnebres, convivendo sempre com situações ligadas à morte.

Chegando ao Recife, o sertanejo ouve a conversa de dois coveiros que falam sobre os retirantes que chegam para morrer na capital. Chocado e ciente de sua miserabilidade, Severino resolve se suicidar, mas antes, recebe a notícia do nascimento de um menino, fato que trás muita alegria a todos. Severino as siste ao contentamento ante a notícia do recém-nascido, a quem os vizinhos, amigos e parentes, vão levar presentes e adorar como a Cristo. O poema termina com o mestre carpina, respondendo a Severino que a vida do nordestino, mesmo frágil, é uma prova da resistência desse povo e de todos os outros severinos do Nordeste do Brasil que lutam pela sobrevivência. Numa adaptação livre desse poema, três artistas da cena GLBT (Isis Nunes, Felipe Prado e Thynna Flyer) reconstituem a saga dos retirantes no palco do Cine Teatro Boa Vista (CBV). O ANTENA MIX convidou duas personalidades GLBT pra tecer os comentários a respeito dos personagens e a montagem da obra de João Cabral de Melo Neto. Horácio Barros é Jornalista e Psicoterapeuta, ex-editor e colunista do Jornal O GRITO. A outra personalidade é uma figura assídua nas coberturas especiais do ANT ENA MIX, Vicente Neto que dispensa comentários...
“VIDA E VIDA SEVERINA”
Por Horácio Barros
A convite do colega Henrique Ruffato, fui assistir ao Pocket Show “Morte e Vida Severina”, baseado na obra de João Cabral de Melo Neto, numa livre adaptação de Isis Nunes. Primeiramente fiquei muito feliz em ver que existem pessoas preocupadas dentro da cena GLTB de Recife, de mostrar cultura para uma comunidade que na maioria das vezes é vista pelos “não iniciados” como fúteis e volúveis. A concepção para o tempo de apresentação foi ótima, cenário, figurino, e assistência do DJ Barreto na luz e som, foram perfeitas, além do cuidado da direção de Isis (acho que incorporei Bárbara Heliodora, critica de teatro do Globo- Rio), mas vamos deixar
de lado as linguagens técnicas e passar para o que de fato interessa. A descontração e alegria são a tônica do espetáculo, por isso chamei de “Vida e Vida Severina”. Foi demais a “disputa” através da embolada, entre os personagens de Isis e Thynna Flyer. Aliás, diga-se de passagem, fiquei impressionado com a personagem de Thynna, que servia de contraponto, solta, exuberante, e atrevida, combinando com a caracterização perfeita de Isis em seus momentos de aparição. Completando o trio Feli pe Prado, me surpreendeu, pois num curto espaço de tempo (um ano e meio, mais ou menos), aquele rapaz tímido que apareceu para mim cheio de sonhos de ser modelo (mas muito contido), que no momento preferia cuidar de pacientes internados, tornou-se um show men, provando mais uma vez que talento não é só ter um corpo esculpido (e olhe que corpo), mas estudo e foco naquilo que se quer conquistar. Parabéns Felipe, fico feliz em lhe ver para cima e para o alto. Enfim ponto pro Eliseu, que mais uma vez abre seu CBV, para a cultura (exemplo que deveria ser seguido por outras casas do segmento). Toque especial para a cortesia e simpatia de Plínio, gerente da casa. Mas como tudo é dual, vão aqui algumas dicas construtivas, para o espetáculo: a sincronização do som com os atores (o espetáculo é pré gravado); tir ar aquela fumaça incômoda e sem sentido; criar um gancho melhor para a nudez de Felipe Prado acho que vou parando por aqui se não Isis vai achar que quero modificar a sua concepção, já que foi livre, é possível fazer o que quiser e ela bota a “sua Sivirina” onde a criação mandar.

Até outro dia.
email: hbterapeutica@yahoo.com.br
MORTE E VIDA SEVERINA
Por Vicente Neto
O espetáculo é de primeira, retratando as raízes do poema de João Cabral de Melo Neto; numa contemporaneidade ímpar. Isis Nunes, com uma característica esplendida, impecável e deslumbrante arrasa dentro do show. Não só como transformista, mas também atua na direção. Felipe Prado faz uma performaçe maravilhosa. O eixo do contexto fica por conta da Thynna Flyer, que abala! O cenário faz um bom efeito, que condiz com o texto. O DJ Barreto escandaliza na iluminação e no som. Enfim, recomendo a todas as pessoas assistirem a esse maravilhoso show – Morte e Vida Severina.
Com carinho, Vicente Neto.

Um outro arraial com o mesmo elenco e acrescido de uma Joelma Fox inspirada e criativa. Montou-se de Lampião e sua companheira e parceira Maria Bonita num mesmo figurino, repartindo de um lado o cangaceiro e do outro a sua bonita Maria... O palco foi o da TBV num domingo agradável num ambiente aconchegante e entupido de gente bonita, dispostas e afins de paquerar e chegar aos finalmentes... Destaque para Thynna Flyer que requebrou pra valer no compasso do forró cheio de charme e desenvoltura. Confira os click’s feitos por aí, acessando
www.antenamixclub.com Fuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!





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